quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De Passagem ...

Um viajante chegou a uma humilde cabana, onde se dirigiu pedindo água e pousada. Quando chegou foi recebido por um monge que lhe ofereceu acolhimento. Ao reparar na simplicidade da casa e sobretudo na ausência de mobília, curioso indagou: 
- Onde estão os teus móveis? 
- Onde estão os teus? - devolveu o monge. 
- Estou aqui só de passagem - respondeu o andarilho 
- Eu também...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Atire a vaca no precipício ...

Quando o Mestre e discípulo peregrinavam por distantes pastagens, certa vez foram acolhidos por uma família pobre, muito simpática mas que vivia em condições de miséria. Embora fossem boas pessoas, seus recursos materiais eram muito limitados. Sustentavam-se graças à sua uma vaca magricela que fornecia o leite para se alimentarem e o pouco que sobrava vendiam para ganhar uns trocos. Na hora da despedida, o discípulo com pena daquelas pessoas perguntou ao mestre se não podiam fazer nada por eles. O Mestre em sua sabedoria disse:
- Atire a vaca pelo precipício.
- Mas Mestre ...
- Atire a vaca no precipício ou suma com ela! - disse o Mestre.
O discípulo, sem compreender a intenção do Mestre cumpriu seus desígnios ainda que muito contrariado. E assim a família ficou sem a vaca.
Os anos se passaram e o discípulo, cheio de remorsos pelo que fizera, não voltou a ter paz. Para se redimir e pedir perdão à família resolveu voltar àquela região. Mas para seu espanto não conseguiu reconhecer a região. Onde antes havia uma região árida, encontrou terras cultivadas. Próximo de onde era o casebre encontrou um palacete. Angustiado supôs que a família fora obrigada a vender a casa e o terreno, pois já não tinham a vaca para sobreviver. Aproximou-se da bela casa e encontrou seus proprietários na piscina, divertindo-se. Para seu espanto verificou que estas eram as mesmas pessoas que antes encontrara, agora com aparência mais saudável e feliz. Sem entender nada, o discípulo perguntou que milagre tinha ocorrido naquele lugar. Com um sorriso no rosto o pai respondeu:
- Milagre, nada! Um dia nossa vaca desapareceu. Tivemos de procurar um novo meio de subsistência. Trabalhámos muito e procurámos formas alternativas. Ao longo dos tempos fomos prosperando.
Então o Discípulo compreendeu a sabedoria do Mestre.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A lenda do monge e do escorpião

Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
- Mestre, deve estar muito doendo! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!


O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:
- Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Azar ou Sorte - Talvez ....

Um homem possuía um belo cavalo. Certo dia, o cavalo desapareceu e seus vizinhos sabendo da notícia, exclamaram: 
- Que azar!
Mas o homem simplesmente respondeu:
- Talvez...
Passado algum tempo, o cavalo reapareceu, trazendo consigo três ou quatro cavalos selvagens tão ou ainda mais belos e formosos do que ele. Os vizinhos, tomando conhecimento do fato, disseram:
- Que sorte!
Mas o fazendeiro simplesmente respondeu:
- Talvez...
O filho mais moço do fazendeiro então resolveu domar um dos cavalos mas o cavalo era selvagem e em um movimento brusco arremessou o rapaz ao solo e este ao cair quebrou a perna. E os vizinhos imediatamente se dirigiram ao pai mencionando: - Que azar!
Mas o fazendeiro simplesmente respondeu:
- Talvez...
Estourou uma guerra naquela região e muitos pais sofreram pois quase todos os jovens, querendo ou não, foram injustamente enviados para a guerra, menos um, que foi dispensado por que estava com a perna quebrada: O filho do fazendeiro!

(autor desconhecido)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O pote rachado


Havia na Índia um carregador de água que transportava – em ambas as pontas de uma vara que levava atravessada no pescoço – dois potes grandes de barro.
Um dos potes tinha uma racha e o outro era perfeito.
O pote perfeito chegava sempre cheio ao final do longo caminho que ia do poço até à casa do patrão.
Mas o pote rachado chegava apenas com metade da água.
E assim, durante dois anos, o carregador entregou diariamente um pote e meio de água em casa do seu senhor.
O pote perfeito, é claro, estava orgulhoso do seu trabalho.
O pote rachado, porém, estava envergonhado da sua imperfeição. Sentia-se miserável por apenas ser capaz de realizar metade da tarefa a que estava destinado.
Depois de perceber que, ao longo de dois anos, não tinha passado de uma amarga desilusão, o pote disse um dia ao homem, à beira do poço:
- Estou envergonhado e quero pedir-te desculpa. Durante estes dois anos só entreguei metade da minha carga, porque a minha racha faz com que a água se vá derramando ao longo do caminho. Por causa do meu defeito, tu fazes o teu trabalho e não ganhas todo o salário que os teus esforços mereciam.
O homem ficou triste com a tristeza do velho pote, e disse-lhe com compaixão:
- Quando voltarmos para casa do meu senhor, quero que repares nas flores que se encontram à beira do caminho.
De facto, à medida que iam subindo a montanha, o pote rachado reparou em que havia muitas flores selvagens à beira do caminho e ficou mais animado.
Mas no final do percurso, tendo-se vazado mais uma vez metade da água, o pote sentiu-se mal de novo e voltou a pedir desculpa ao homem pela sua falha.
Então, o homem disse ao pote:
- Reparaste em que, ao longo do caminho, só havia flores de teu lado? Reparaste também que quando vínhamos do poço, todos os dias, tu ias regando essas flores? Ao longo de dois anos, eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Se tu não fosses assim como és, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.
(Autor desconhecido)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

NÃO ESQUEÇA O PRINCIPAL!!

Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo, passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que lá dentro lhe dizia : 

" Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa : Depois que você sair, a porta se fechara para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal..." 

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, colocou a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. 

A voz misteriosa falou novamente: "Você agora, só tem oito minutos." 

Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou... Lembrou-se, então, que a criança lá ficara e a porta estava fechada para sempre ! 

A riqueza durou pouco e o desespero, sempre...

O mesmo acontece, por vezes, conosco. Temos uns oitenta anos para viver neste mundo, e uma voz sempre nos adverte: "Não se esqueça do principal!" E o principal são os valores espirituais, a vida, as amizades, o amor !!! Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado... 

Assim, esgotamos o nosso tempo aqui, e deixamos de lado o essencial: "Os tesouros da alma!" Que jamais nos esqueçamos que a vida, neste mundo, passa breve e que a morte chega de inesperado. E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações.

(autor desconhecido)